O coração do tema
Em tempos de Internet, não é mais segredo que executivos com fartos currículos desconhecem como se comportar corporal e sensorialmente em eventos – paradigma do dia a dia na empresa, desde simples reuniões de trabalho a auditorias complexas, intervenções motivadoras, etc, o que compromete o seu desempenho profissional.
E o mesmo acontece nas escolas modernas, onde o professor divide a atenção dos alunos com os computadores. Se por um lado, o seu tempo de exposição diminuiu, por outro, mais se requer da qualidade da sua comunicação, a começar do modo como interage corporalmente na sala de aula.
Este tipo de interação que anda fazendo falta, tanto na empresa quanto na escola, denominada “face a face”, viva, direta, centrada no corpo, apoia-se por sua vez, em duas habilidades sensoriais do profissional: a de VER e OUVIR os interlocutores e a de se fazer VISTO e OUVIDO por eles.
É na simplicidade deste dualismo que se assenta a complexidade do ato comunicativo “ao vivo”. Compreender em profundidade o papel do corpo na realização adequada desses dois pilares, é um caminho para o executivo e o professor recuperarem o seu prestígio, voltarem a ser uma atração, transformarem-se, enfim, nos parceiros ideais, a contraparte, dos poderosos recursos das informáticas empresarial e educacional: atenciosos, humanos, teatrais!
Um aspecto curioso: enquanto “ver e ouvir” é RECEBER a imagem e som do outro, “ser visto e ouvido” é EMITIR a própria imagem e som ao outro. São atividades de naturezas diferentes e opostas, uma receptora, a outra emissora . E o bom senso indica: ações opostas, para serem desempenhadas de forma plena e eficiente, pedem posturas e procedimentos corpóreo sensoriais igualmente opostos.
Executivos e professores, vocês estão preparados para realizar com sucesso essas linguagens não verbais antagônicas? E quais são elas?
Na sociedade atual a atração são as TELAS. Primeiro foi a do cinema, em seguida vieram a da televisão, computador e celular. Essas quatro personagens transformaram a nossa “libido sensorial” e a tal ponto, que uma pessoa “ao vivo”, em carne e osso, tornou-se menos atrativa, do que se percebida através de uma tela.
Para resgatar o prazer em VER/OUVIR e SER VISTO/ OUVIDO “face a face”, a Cs apresenta dois conjuntos de práticas corpóreo sensoriais, estimuladores, um deles, do VER e OUVIR os interlocutores e outro do SER VISTO e OUVIDO por eles. E para defini-los, ela se apoia em quatro “modelos” de comprovada eficiência sensorial e o mais importante: tão atrativos quanto as telas que nos cativam.
Em primeiro plano, FELINOS e CANINOS, e em segundo, os seus correspondentes arquétipos humanos: as figuras simbólicas do JUIZ IDEAL atuando no Tribunal e do COMANDANTE IDEAL na Batalha.
A observação das linguagens não verbais dos quatro modelos nos leva ao seguinte quadro:
As práticas corpóreo – sensoriais assinaladas podem ser definidas teoricamente, sem a referência aos modelos, mas isto as tornariam frias, insípidas, como se expostas num “manual de instruções”. Apresentá-las através de felinos e caninos, juízes e comandantes, pares de perfis sensoriais opostos, afora torná-las atraentes, dando-lhes sentimento, “vida”, cria vínculos que incentivam os usuários a explorá-las em profundidade, o que é essencial para o incremento da percepção sensorial.
Modelos criam vínculos
Convenhamos, há milhões de anos que a população FELINA sobrevive graças à qualidade do seu VER e OUVIR e os CANINOS, do SER VISTO e OUVIDO, e o mesmo ocorre com JUIZES e COMANDANTES IDEAIS, de onde estes quatro personagens são mestres em seus respectivos trabalhos sensoriais.
E essa maestria se deve não só à eficiência de seus órgãos mandantes (visão / audição no caso de felinos e julgadores, e olfato / fonação no de caninos e condutores), como também ao modo como se posicionam e procedem para utilizá-los, ou seja, às suas respectivas sabedorias linguísticas instintivas.
As duas sabedorias linguísticas
Tanto nas palestras quanto nos workshops, a vivência das linguagens do VER e OUVIR (VO) e do SER VISTO e OUVIDO (SVO) e a análise das suas justificativas, possibilitam aos participantes não só aprimorarem o desempenho nessas atividades, como também, desenvolverem a percepção do tamanho do espaço que têm para se comunicar com o corpo em seus respectivos contextos:
Inconscientemente, executivos e professores transitam no seu dia-a-dia entre estes dois extremos. E no mais das vezes, as suas interações profissionais “face a face” subentendem um perfil sensorial definido: ou interagem com a intenção de RECEBER ou de EMITIR informação, de VER e OUVIR seus interlocutores ou de SEREM VISTOS e OUVIDOS por eles. E alguns destes momentos pedem eficiência plena. É neles que se revela a qualidade comunicacional do indivíduo.