Aplicação em casa

Evidente que os conteúdos da Cs se aplicam na interação familiar, como por exemplo, na relação `pais / filhos´. Neste contexto, igualmente transitamos entre dois momentos: em uns, nós, pais, precisamos nos posicionar para VER e OUVIR nossos filhos de modo pleno, como por exemplo, quando eles nos solicitam um momento de atenção para nos transmitirem uma notícia importante, e que talvez não seja tão agradável aos nossos ouvidos (“a conversa difícil”) e em outros, para sermos VISTOS e OUVIDOS com plena atenção, como na festa de fim de ano, em que para incentivá–los, transmitimos a eles numa performance extrovertida e espontânea, de cima da mesa e a plenos pulmões, inesperadas palavras de estímulo (“réveillon”).

Apesar de interagirmos com os filhos cada vez mais através dos seres eletrônicos, há momentos, como os citados acima, em que a interação “ao vivo” é insubstituível ! E o mesmo ocorre na comunicação profissional. Não se motiva subordinados nem alunos, através de mensagens via Internet e … muito menos se leva adiante uma auditoria dessa forma! Estes eventos pedem PRESENÇA, … olho no olho!

Atualmente, no entanto, assistimos a um paradoxo: passamos horas nas academias, cultuando o corpo, mas não sabemos utilizá-lo como LINGUAGEM, ou seja, permanecemos inconscientes do seu poder como instrumento de comunicação! E essa consciência, do ponto de vista não-verbal, tem início com um fato sensorial primário: a percepção de que VER é uma coisa e SER VISTO outra, completamente diferente, afinal, as sabedorias linguísticas agregadas a essas atividades são antagônicas. E o mesmo ocorre com o OUVIR e o SE FAZER OUVIDO! Resumindo: o resgate da comunicação “presencial” começa pela constatação de que estamos imersos em um ESPAÇO COMUNICACIONAL delimitado por linguagens opostas, de um lado, pela do VO e do outro, pela do SVO.

A investigação dos instintos FELINO(JULGADOR), CANINO(CONDUTOR) e suas respectivas atitudes corporais, dá realismo a esse espaço.

A observação da sensorialidade humana , por sua vez, indica que o corpo de uma pessoa que espontaneamente se posiciona para VEROUVIR, não se sente tão à vontade ao se posicionar para SER VISTOOUVIDO; e vice-versa. É raro o indivíduo que desempenha corporalmente com sucesso – de forma plena – as duas atividades. A maioria ou se enquadra no perfil FELINO(JULGADOR) ou no CANINO(CONDUTOR).

O Questionário

As cinco questões a seguir ajudarão o internauta a identificar o seu perfil sensorial. Cada qual é precedida por um esquete explicativo da oposição comportamental entre estes dois instintos.

Identificada a sua libido audiovisual (se VO ou SVO), você terá chance de construir o sensorial oposto. Se estiver mais para GATO, construirá o seu CACHORRO, e vice-versa. Esta `ampliação sensorial´, por seu lado, incrementará a sua comunicação interpessoal, … não apenas a familiar, como a profissional.

QUESTÃO 1

Observe o GATO se deslocando. Cada passo é partido, analisado, pensado. Ele não sai por aí, explodindo de alegria, distribuindo calor, solidariedade, contato. Isto é sentimento e no GATO ele está guardado! O corpo FELINO é movido a pensamento! Atente, em contraponto, para o seu cachorro: como o corpo dele é pequeno para tanta satisfação, o movimento não tem pé nem cabeça, não tem pensamento. Tropeça no tapete, esbarra o focinho na parede, até que finalmente lhe dá uma lambida incondicional ! O corpo canino é movido a sentimento !

Internauta, imagine que seu filho lhe disse algo que o irritou! A vontade do seu corpo é reagir na hora, aproveitando o ímpeto do sentimento, … ou prefere dar um tempo, até mesmo um, dois dias, para então, livre do sentimento, entabular a conversa sobre o ocorrido ? Em suma, você está mais para CACHORRO (age ‘sentindo’) ou para GATO ( age ‘pensando’)?

QUESTÃO 2

Enquanto a caça felina é uma tocaia, operação baseada no verouvir, e portanto, na mensagem do outro (quem define o momento do salto é o rato, e não o gato!), a canina é uma perseguição, atividade baseada na própria mensagem. O cachorro se manifesta à presa em imagem e som – esta, assustada, perde uns segundinhos! – e ele parte em sua direção.

Imagine-se conversando com seus adolescentes sobre um tema polêmico. O seu corpo, como o de um JUIZ no tribunal (ou de um GATO na tocaia), prefere de início, ouvir o que eles têm a dizer, para depois comparar com o que pensa sobre o assunto e assim estabelecer um julgamento? … Ou tende a proceder como o de um COMANDANTE na batalha (ou de um CACHORRO na perseguição): o aparelho fonatório ocupa o lugar do audiovisual e impulsiona a sua própria opinião sobre o tema, deixando a dos filhos para depois, ou seja, “você não consegue ouvi-los até o fim !”…

Quando em comunicação, qual a tendência do seu corpo? É priorizar a mensagem do outro ou a própria ? Se é priorizar a do outro, o prazer instintivo dele é VER/OUVIR, você é um JUIZ ( J ). Se é priorizar a própria, o prazer é SER VISTO/OUVIDO, você é um COMTE ( C )!

Imagine-se conversando com seus adolescentes sobre um tema polêmico. O seu corpo, como o de um JUIZ no tribunal (ou de um GATO na tocaia), prefere de início, ouvir o que eles têm a dizer, para depois comparar com o que pensa sobre o assunto e assim estabelecer um julgamento? … Ou tende a proceder como o de um COMANDANTE na batalha (ou de um CACHORRO na perseguição): o aparelho fonatório ocupa o lugar do audiovisual e impulsiona a sua própria opinião sobre o tema, deixando a dos filhos para depois, ou seja, “você não consegue ouvi-los até o fim !”…

Quando em comunicação, qual a tendência do seu corpo? É priorizar a mensagem do outro ou a própria ? Se é priorizar a do outro, o prazer instintivo dele é VER/OUVIR, você é um JUIZ ( J ). Se é priorizar a própria, o prazer é SER VISTO/OUVIDO, você é um COMTE ( C )!

QUESTÃO 3

Elogiar é comprometer-se … e os corpos do JUIZ e do GATO não nasceram para essa atividade. São seres do descompromisso. Da independência. Ao afirmar “Filho, você é bom nisso e portanto a vaga da bolsa de estudos será sua ! “, o internauta de instinto FELINO (JULGADOR) se compromete além da conta. “Ele é bom, mas será o suficiente ?! “. Para motivar filhos, e o elogio é o primeiro passo, é imprescindível o falar sem medo de estar se comprometendo. A fala motivadora é a que se compromete junto! Ela preenche o que no outro está em falta. Se às vésperas de um exame decisivo o seu adolescente está negativo, você será o seu lado positivo, se ele tem dúvidas quanto às chances de sair-se bem, a voz do pai e da mãe e as demais atitudes corporais de ambos – não têm!

Certamente que o elogio motivador é um gesto brusco – CANINO,CONDUTOR . Nem poderia ser diferente, … é um empurrão!

Neste contexto, responda : você tem facilidade ou dificuldade em elogiar os filhos ?

QUESTÃO 4

Atente para o JUIZ no tribunal. Apesar de na aparência estático, por dentro ele se desloca. O movimento ora pende para um lado, ora para o outro. Às vezes o caso está quase resolvido, o desfecho próximo … e um depoimento inesperado altera a direção do veredicto. O JUIZ sendo conduzido, como que LEVADO pelas palavras do julgado (com o gato acontece o mesmo; ele é levado – no sentido de conduzido – pelo que vê e ouve!) . Observe , em contraponto, o COMANDANTE na Batalha. É puro movimento. Vai à frente dos seus soldados, … esbravejando, se expondo, … conduzindo a tropa!

Ludicamente falando, quem tem prazer em ver/ouvir, tem a sensação de ‘SER LEVADO a um passeio nas palavras do falante’ … e quem tem prazer em ser visto/ouvido, a sensação inversa, a de ‘LEVAR os ouvintes a um passeio, impulsionados pela sua mensagem’. E você?

Evite intelectualizar a questão. Ela é simples. Qual das sensações dá mais prazer ao seu corpo , levar ou ser levado ?

QUESTÃO 5

Enquanto o instinto JULGADOR busca a verdade fora (com o julgado, só ele viveu o fato!), … o CONDUTOR a busca dentro, consigo próprio (é a mensagem que elabora para chegar à Vitória).

Em qual destes papéis você, ou melhor, o seu corpo, se sente mais à vontade : motivando ou buscando a verdade ?

LEMBRETES

Nos textos “Cães e gatos na empresa” e “Cães e gatos na sala de aula”, em complemento à investigação dos instintos CANINO e FELINO, é apresentada uma introdução à semiótica dos verbos JULGAR e CONDUZIR.

A interação sensorial ‘pais-filhos’, especificamente, é objeto de outro texto (“Aprendendo com os GATOS a VEROUVIR os filhos, … e com os CACHORROS !? “)

Caso alguma editora se interesse por estes trabalhos, favor entrar em contato. Independentemente deste fato, eles estão disponíveis – em caráter experimental (e artesanal) – aos RHs de empresas e escolas interessadas.

Conheça mais sobre cada aplicação:

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